domingo, 26 de maio de 2013

Análise: Army of Two: The Devil's Cartel

CONSIDERAÇÕES

Terceiro jogo da franquia "Army of Two", "The Devil's Cartel" é um game de tiroteio e ação competente, mas nada mais do que isso. O jogo é pontuado por boas sequências de combate, muitas explosões e toda a correria que você espera de um título do gênero. Assim como um filme de Michael Bay, porém, "The Devil's Cartel" não é algo sobre o que você vai pensar depois que os créditos rolarem no final: a história pouco importa, os personagens são rasos e não há nada inovador aqui.

Ainda assim, é um shooter capaz de entreter, principalmente quando jogado em dupla: flanquear inimigos, explodir carros e correr para salvar o companheiro caído no meio de uma enrascada são situações constantes e que garantem uma bem vinda dose de adrenalina para os jogadores.

INTRODUÇÃO

Desenvolvido pela EA Montreal, "Army of Two: The Devil's Cartel" traz uma nova dupla de mercenários para o combate: Alpha e Bravo substituem os veteranos Salen e Rios em uma perigosa missão no México. A dupla precisa lidar com os soldados dos cartéis de drogas, dispostos a tudo para acabar com os grandalhões mascarados.

A história simples é um mero pano de fundo para várias horas de ação e tiroteio, muitas explosões, combates frenéticos e carregados de adrenalina. Há momentos em que os caminhos da dupla se dividem e vale retornar para uma segunda partida apenas para experimentar essas variações.

Você pode jogar sozinho ou com um amigo, em partidas online ou em tela dividida. Conforme progride em "Devil's Cartel", desbloqueia novas máscaras, trajes e armas - que podem ser melhoradas - para diferenciar seu mercenário ao longo do jogo.

PONTOS POSITIVOS

  • Ação intensa
  • "Army of Two: The Devil's Cartel" tenta ser mais sério do que seus antecessores: os novos protagonistas não fazem piadas constantes nem tem cumprimentos divertidos para comemorar suas vitórias. Mas algo que o jogo tem para oferecer são momentos de ação intensa. Cada estágio tem pelo menos uma passagem mais complicada, desafiadora e apinhada de inimigos, explosões e muitos tiroteios.

    São fases como o prédio em construção que obriga os jogadores a se dividirem: um cuida de um companheiro caído e manda bala nos bandidos que tentam capturá-los. O outro invade a obra para tentar derrubar o atirador que controla uma mortífera metralhadora giratória. Ou a praça decorada para celebrar o Dia de los Muertos, que é reduzida a cinzas durante o combate contra a gangue local - luta pontuada por fogos de artíficio que disparam ao atingir cestos e barris espalhados pelo cenário.

    Os jogadores precisam escolher caminhos diferentes em alguns momentos ou escolher entre proteger uma posição ou sobrevoar a área em um helicóptero. Uma das melhores cenas envolve guiar um carro ladeira abaixo, atropelando inimigos e desviando de obstáculos até chegar ao alvo.

    São passagens divertidas e intensas, que garantem uma certa diversidade ao game - que, de outra forma, seria apenas seguir por corredores e atirar em tudo que se move.
  • Movimentação fluída
  • Os estágios de "Army of Two: The Devil's Cartel" alternam entre corredores que mais lembram galerias de tiro e áreas abertas, com vários objetos e paredes que servem de cobertura, rotas alternativas e mais objetos explosivos do que seria seguro em qualquer situação.

    O jogo incentiva a exploração das rotas com bônus para ataques pelos flancos ou para pegar um inimigo de surpresa - quando ele está ocupado atirando no seu colega e não vê você bem ali, do outro lado. Também são bonificados ataques que utilizam o ambiente, o que significa explodir botijões de gás, postos de gasolina, carros e o que mais aparecer.

    A movimentação dos mercenários é bastante fluída, principalmente o uso de cobertura: basta apertar um botão para o personagem se abrigar atrás de um "murinho", correr para outro e assim por diante. Para saltar por cima de um objeto, porém, é preciso carregar o botão, o que evita pulos acidentais em direção ao fogo inimigo.

    Há até uma função que mostra as melhores rotas para cada situação: basta apertar o botão Select e 'fantasmas' do seu personagem mostrarão o caminho. É algo que tira muito da graça e do desafio de explorar o campo de batalha e encontrar a melhor maneira de surpreender e aniquilar os adversários. Ainda bem que esse comando é totalmente dispensável.
  • Personalização
  • No jogo, você carrega uma arma primária, uma secundária e uma pistola ou revólver de apoio, além de granadas.

    Conforme seu personagem sobe de nível, você desbloqueia novas armas e equipamentos, além de trajes e máscaras alternativas. O personagem acumula créditos de acordo com sua performance no estágio e você usa esse dinheiro para adquirir esses itens, podendo, assim, personalizar seu mercenário.

    As máscaras, roupas e até as tatuagens extras são muito divertidas e você pode criar novas máscaras para se destacar ainda mais dos jogadores que encontrar em partidas online. Mas o melhor mesmo são as armas: o jogo traz um arsenal diversificado de fuzis, espingardas, submetralhadoras, rifles de precisão e outras armas.

    Cada uma delas pode ser aprimorada com itens opcionais, que vão de magazines maiores até miras laser ou o temível "dragon's breath", item que acoplado ao cano da shotgun, permite disparar rajadas de fogo de curto alcance, que causam estragos assustadores nos bandidos.

PONTOS NEGATIVOS

  • Personagens rasos, enredo dispensável
  • "Army of Two" nunca foi uma série cerebral, como "BioShock" ou "Half-Life". O jogo está mais para os filmes de ação de Michael Bay ou a reunião de brucutus "Os Mercenários 2", de Sylvester Stallone. Muita adrenalina, explosões, piadas adolescentes e doses excessivas da boa e velha 'brodagem' masculina.

    Porém, "The Devil's Cartel" consegue ser o mais simplório dos jogos da série. O enredo começa bem, mas é totalmente previsível, com os mercenários encarando um verdadeiro exército de traficantes em cenários mexicanos genéricos. Na prática, a história funciona, mas apenas por ser simples demais para errar.

    A nova dupla de mercenários, Alpha e Bravo, não se esforça para ganhar o jogador. São personagens rasos, sem motivações maiores do que cumprir a missão e acertar as contas com o vilão. Alpha é mais certinho e tenta seguir as regras da Tactical World Operations (TWO) enquanto Bravo é mais esquentado e prefere atirar primeiro e perguntar depois.

    Alpha e Bravo fazem Salen e Rios, os protagonistas dos "Army of Two" anteriores, parecerem atores shakeaspearianos. A dupla não faz tantas paidas infames, pelo menos, ainda que um ocasional "ele morreu de câncer de balas" aconteça aqui e ali.
  • Mecânicas simplificadas
  • O maior problema de "Devil's Cartel" foi simplificar as melhores mecânicas de jogo de "Army of Two": você não precisa agir cooperativamente com seu colega de equipe, ao menos não com a mesma intensidade que fazia isso nos jogos anteriores, por exemplo.

    Dá para atravessar boa parte do jogo sem se preocupar com o que seu companheiro está fazendo, apenas aproveitando os bônus de Overkill que ele recebe e mandando o sujeito arremessar umas granadas quando for conveniente.

    O próprio Overkill, movimento especial que você carrega realizando execuções, flanqueando e explodindo inimigos, é uma versão mais simples do Back to Back, que sequer coloca os dois jogadores juntos. Ao ativar o Overkill, você fica invencível por um tempo, o game fica em câmera lenta e seus tiros ganham um poder de destruição capaz de derrubar coberturas, explodir tudo que encontra e claro, fazer picadinho dos inimigos.

    É divertido, mas deixa de lado a alma cooperativa de "Army of Two", simplificando a aventura de forma desnecessária.

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